Egressa de intercâmbio em Portugal compartilha sua experiência com o Jornal Digital
Por: Vanessa Lima
A repórter e redatora Vanessa Lima, do Jornal Digital (JD), entrevistou Carolina Soares, ex-aluna do curso de licenciatura em letras do Instituto Federal do Pará, Campus Belém. Em 2019, Carolina foi selecionada para participar de um intercâmbio em Portugal, recebendo uma bolsa de estudos integral, oferecida pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Anualmente, o IPB disponibiliza bolsas de 100% para estudantes de diversos países que estejam cursando mestrado ou graduação em qualquer área de conhecimento.
Nesta entrevista, Carolina compartilha detalhes sobre sua experiência no intercâmbio e explica como é realizado o processo de seleção e de candidatura para a bolsa de estudos na instituição.
JD: Como você conheceu o intercâmbio em Portugal?
Carolina Soares: Fiquei sabendo do edital do IPB, através da página do Facebook do IFPA campus Belém. Até hoje, eles continuam divulgando eventos e editais por lá. Como essa iniciativa era algo novo para nós, decidimos ler o edital imediatamente para entender do que se tratava.
O edital, que foi publicado no primeiro semestre de 2019, oferecia a oportunidade de intercâmbio para o segundo semestre. No entanto, vale ressaltar que, de acordo com o calendário acadêmico europeu, o segundo semestre deles coincide com o primeiro no nosso calendário. Isso ocorre porque, na Europa, o primeiro semestre de aulas começa em setembro e termina em fevereiro. Essa informação foi importante para termos uma compreensão mais precisa dos dados e do período do intercâmbio.
JD: Como foi a sua preparação para se candidatar à bolsa de estudos?
Carolina Soares: O edital estabeleceu diversos critérios que foram levados em consideração durante o processo de inscrição para o intercâmbio. No decorrer dessa etapa, foi necessário reunir toda a documentação, sendo que dois critérios principais foram utilizados para a classificação e seleção dos candidatos. O primeiro critério foi o índice de rendimento acadêmico, exigindo que a média acadêmica dos interessados fosse superior a oito para se qualificarem para a inscrição. Contudo, dependendo da classificação, a média poderia ser igual a oito. A segunda exigência envolvia a elaboração de uma carta de motivação, que desempenha um papel crucial na soma da nota do índice acadêmico.
Na carta de motivação, os candidatos foram instados a explicar por que a participação no intercâmbio era importante para eles, destacando os benefícios esperados para seus estudos e vida acadêmica. Era fundamental evidenciar elementos da vida acadêmica, como participação em eventos, produção e apresentação de trabalhos em eventos. Nesse contexto, experiências como a participação em projetos acadêmicos foram valorizadas.
Além disso, os candidatos eram incumbidos de escolher disciplinas e cursos específicos para o intercâmbio. No meu caso, optei pelos cursos de relações lusófonas e língua portuguesa, alinhados com a minha formação em licenciatura de língua portuguesa na época. Essa escolha foi justificada pela relevância do estudo da língua portuguesa em Portugal para o seu desenvolvimento acadêmico.
JD: Como foi a sua experiência no intercâmbio após a sua aprovação da bolsa? Como foi a sua adaptação?
Carolina Soares: Sempre destaco a importância do intercâmbio não apenas para o crescimento acadêmico e profissional, mas também para o desenvolvimento pessoal. Para mim, foi uma alegria imensa quando fui aceita no IPB, representando a realização de um sonho.
O IPB é verdadeiramente multicultural, um lugar onde você encontra pessoas de todas as partes do mundo. Nas minhas aulas, tive contato com colegas portugueses, africanos, chineses (que estavam aprendendo português) e brasileiros de diversos Estados. Estar em um ambiente com estudantes de diferentes culturas, todos falando português, proporcionou discussões e debates ricos sobre uma variedade de temas. Essa experiência foi fundamental para mim, tanto que, ao voltar para o Brasil para concluir minha graduação, decidi desenvolver um trabalho sobre a temática específica da língua portuguesa multicultural. Esse projeto se tornou a base da minha pesquisa de mestrado, que estou conduzindo atualmente. A diversidade de perspectivas e abordagens que encontrei no IPB continua a inspirar e enriquecer meu trabalho até hoje.
JD: Você tem vontade de participar de um novo intercâmbio ou fazer um doutorado ou pós-doutorado em Portugal ou em outro país?
Carolina Soares: Com certeza, as opções internacionais são muito interessantes. Tanto pela experiência quanto pela temática, eu gostaria de participar novamente de um intercâmbio.
JD: Quais dicas você dá para alunos que queiram participar do processo seletivo para 2024?
Carolina Soares: Eu recomendo que você se envolva intensamente em atividades acadêmicas. É imprescindível participar de eventos, realizar projetos e buscar oportunidades de iniciação científica para ampliar suas experiências, pois isso é altamente valorizado. Ademais, dedique-se ao estudo rigoroso de todas as disciplinas do seu curso para garantir uma excelente média. Ao redigir a carta de motivação, destaque claramente seus objetivos acadêmicos.
JD: Muito obrigada!
A história da Carolina te inspirou? Curte a experiência de intercâmbio? Fique atento às publicações do Jornal Digital no Blogo do NUPEC, pois quando as inscrições para o IPB abrirem, compartilharemos as informações por lá. Enquanto isso, aqueles que desejarem se inscrever nesse intercâmbio nos próximos anos, preparem-se!
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