Academia e o estilo de vida “fitness”
Por: Victória de Carvalho Ferreira
Academia: um fenômeno social
A academia não é apenas um local onde uma diversidade de pessoas vai para se exercitar e treinar. Em geral, frequenta-se tais espaços para obter o melhor de si. Alguns estão em busca de um bom condicionamento físico, melhoria do sistema cardiorrespiratório ou controle do peso. Existem casos em que as pessoas frequentam a academia visando se prevenir de doenças que afetam a saúde mental, porque já sofreram bullying ou tiveram decepções amorosas; e buscam, na convivência com outras pessoas, uma alternativa para lidar com os seus problemas pessoais, mitigando a solidão e o sofrimento emocional, por exemplo. Em outros casos, visam aprimorar a saúde física e corporal, com o fortalecimento da musculatura, aumento da densidade óssea e, por conseguinte, da qualidade de vida e autoestima.
A vida “fitness”, portanto, não pode ser interpretada como um mero modismo, e sim como um estilo de vida que visa unificar saúde, bem-estar e mudanças de hábitos a médio e/ou longo prazo. Seja para se exercitar em uma caminhada ou corrida matinal pelo bairro, ou para aqueles que preferem o espaço das academias, porque precisam de uma rotina orientada de exercícios físicos, estar em movimento e abandonar hábitos de vida sedentários, vem se tornando algo bastante significativo, principalmente, entre os jovens.
Para o público jovem que frequenta as academias, em geral na faixa etária compreendida entre 18 e 25 anos, ter uma atividade física regular tem como motivação inicial a busca pelo corpo “ideal”. Entretanto, a partir do momento que a prática de exercícios se transforma em um hábito, os jovens tendem a enxergar outros benefícios que ultrapassam o viés dos atributos corporais fazendo com que tais espaços sejam cada vez mais frequentados e valorizados.
Então, independente do motivo que leva as pessoas à academia, boa forma física, saúde mental, socialização, tornar-se adepto de uma vida “fitness” é uma tendência que veio para ficar. E ainda que algumas pessoas tenham predileção por atividades ao ar livre, ao invés das modalidades em espaços fechados como as oferecidas nas academias, criar hábitos de vida mais saudáveis se tornou uma exigência em um mundo globalizado, repleto de prazos e exigências, no qual as pessoas têm pouco ou quase nenhum tempo para dedicar ao cuidado de si. Logo, a pergunta que não quer calar é a seguinte: podemos nos dar ao luxo de tirar um tempo, dentro da rotina do dia a dia, para a própria saúde?
Fonte: Imagem de Look Assessoria por Pixabay. |
Não apenas podemos, como devemos fazê-lo! E justamente com vistas a atrair um público maior e o mais diversificado possível, as academias inovam oferecendo outras modalidades de treinos, especialmente para quem não gosta de musculação ou não tem muito tempo livre. Então, na atualidade, é possível aprender a dançar na academia fazendo aulas de zumba; para quem busca uma técnica que esteja voltada à reeducação dos movimentos, algumas academias oferecem aulas de pilates ou yoga; ou se você for do tipo que prefere se dedicar a uma modalidade que se baseia em preceitos filosóficos ou técnicas de defesa pessoal, existem movimentos que combinam o aprimoramento físico e mental: as artes marciais.
Fonte: Imagem da academia de Artes Marciais de Muay Thai |
Alguns benefícios do treino em academias
Controle do peso;
Combate a doenças e promoção do bem-estar;
Melhora a saúde mental e o humor.
Alguns malefícios:
Disformia corporal;
Excesso de treinamento com estiramentos musculares;
Comparações físicas.
Objeto de pesquisa: comparação na academia
A comparação se faz muito presente no espaço da academia, pois é um local onde acontecem muitas competições, sem um critério de justiça exato, na qual o indivíduo quer utilizar mais peso ou fazer mais repetições que a outra pessoa, que nem sequer foi chamada para competir. Esse tipo de comparação pode ser positiva ou negativa, dependendo do ponto de vista ou objetivo a ser alcançado, bem como pode ser um estimulante a mais para aqueles que visam superar as suas expectativas de si.
Um exemplo de comparação negativa, geralmente acontece com as pessoas iniciantes, porque se comparam com os praticantes mais antigos, que são mais definidos em seus músculos ou pelo fato de fazerem execuções com maior velocidade e precisão.
Interação social
A academia é um lugar cheio de pessoas, repletas de sentimentos e objetivos. Por exemplo, algumas pessoas têm como objetivo diminuir os níveis de colesterol, melhorar o condicionamento físico e a saúde. Fazendo planejamentos, ou criando uma rotina, a qual irá seguir durante a sua vida.
Porém, outra parte dos indivíduos estão na academia para paquerar, conhecer novas pessoas, tirar fotos em frente ao espelho ou, simplesmente, para ter alguém com quem dialogar.
Fonte: Instagram da academia onde eu treino |
Tipos Ideais
Em minhas observações como praticante de academia notei a presença de 4 tipos de comportamentos:
1. Temos os Bodybuilders ou “marombeiros”, sempre estão presentes na academia, na maioria das vezes exibindo os seus músculos definidos ou desfilando com as suas regatas cavadas fazendo os músculos ficarem mais aparentes.
2. Destacam-se, também, as pessoas que são uma espécie de self ambulante, pois estão preocupadas em tirar fotos para postar nas redes sociais. Algumas são consideradas “repetitivas no revezamento”, posto que não dão espaço para que outras pessoas possam utilizar os aparelhos.
3. Identificamos o “Personal Trainer", o qual se dispõe a ajudar mesmo não sendo a sua função.
4. Outros ainda, deixam as anilhas ou halteres espalhados pela academia, ficam atentos ao celular ao invés de fazer a execução do exercício e passam grande parte do tempo conversando.
Fonte: Ramon Dino. Site Amada Hipertrofia.
Esse é um exemplo de bodybuilders, Ramon Dino é um fisiculturista profissional brasileiro muito conhecido na área da musculação. Conquistou várias medalhas, uma inspiração tanto para os iniciantes, quanto para os mais antigos na musculação. Ele praticava calistenia em uma praça pública que ficava perto de onde morava, um desses dias, enquanto treinava sua modalidade, foi abordado por um profissional de educação física que viu seu potencial. Nesse caso, o Personal em questão veio a ser o seu primeiro Coach no Fisiculturismo. A adesão a uma vida “fitness” transformou-se em uma tendência nacional. Vale ressaltar que os brasileiros estão em uma posição de destaque quando o assunto é academia, posto que o país figura na 2ª posição do ranking entre os que mais frequentam academias no mundo. |
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