A greve no IFPA, parte 4

Fonte: IFPA campus Belém
 Por: Vanessa Lima


Desde o início da greve dos docentes e servidores técnico-administrativos, que completou um mês em 3 de maio, tem havido muita especulação dentro da comunidade acadêmica do IFPA/Campus Belém sobre a possível suspensão do calendário acadêmico. Infelizmente, até o momento, não houve resposta da atual gestão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará. No entanto, em 30 de abril, uma noção sobre esta posição surgiu durante uma reunião do Conselho Superior do Instituto Federal do Amapá, para decidir se o calendário acadêmico haveria de ser suspenso. Na ocasião, a atual reitora do IFPA, Profa. Ana Paula Palheta Santana, defendeu a manutenção do calendário acadêmico e votou contra a decisão dos docentes e técnico-administrativos em greve, o que desagradou profundamente o movimento grevista. Isso resultou na publicação de uma nota de repúdio do SINASEFE/IFAP e da Comissão Unificada da Greve de TAEs e Docentes do campus Laranjal do Jari do IFAP, declarando que tal postura "compromete a confiança dos servidores na instituição e nas instâncias decisórias, criando um ambiente de descrédito dos gestores e descontentamento generalizado".


É evidente que o relacionamento entre a gestão do IFPA e o movimento grevista se deteriorou após essa reunião. No entanto, cabe questionar se a reitora agiu corretamente ao votar contra o cancelamento do calendário acadêmico do IFAP. Enquanto os grevistas consideraram sua conduta como um insulto, o que pensam aqueles que realmente deveriam opinar sobre essa situação, isto é, os discentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá em relação a esse debate, dado que qualquer das opções propostas na reunião impactaria significativamente suas vidas acadêmicas. Infelizmente, não há uma resposta definitiva para essa pergunta. No entanto, um levantamento de opiniões semelhante foi conduzido no Campus Belém. Por meio dele, o Jornal Digital buscou entender os diferentes pontos de vista dos alunos da instituição para determinar se concordavam com o cancelamento do calendário acadêmico.


Para compreender a opinião dos discentes, foi aplicado um formulário, no qual vinte e cinco alunos do campus participaram. A pergunta feita no formulário foi a seguinte: "Você concorda ou discorda da paralisação do calendário acadêmico? Por quê?". 


Os resultados revelaram que mais da metade dos alunos participantes, treze no total, demonstraram apoio à suspensão do calendário. Um dos alunos afirmou: "Concordo. Pois com a vigência do calendário acadêmico, as datas das atividades continuam formalmente normais, como se não houvesse uma paralisação de mais de um mês de aulas. Visto que quando as aulas voltarem, as reposições serão condensadas no tempo restante do semestre, ocasionando sobrecarga de conteúdos nos estudantes e professores. Portanto, acredito ser uma irresponsabilidade com a comunidade acadêmica a vigência atual do calendário acadêmico". Por outro lado, onze alunos discordaram,  dentre eles um estudante que destacou “Não concordo, pois os únicos prejudicados são os alunos. O atual governo, se pudesse, atenderia o pleito dos grevistas. Não atende e não atenderá neste ano por restrição orçamentária. Então não é justa a prolongação da greve, muito menos a suspensão do calendário!”. 


Apenas um estudante da pesquisa não tomou posição em nenhum dos lados, afirmando que "Tudo, porém, depende do tempo de duração da paralisação, pois a suspensão impacta diretamente na montagem dos semestres e no prosseguimento do curso. Com isso em mente, uma paralisação curta pode ser reposta e adequada no período de férias ou sábados letivos, já uma paralisação longa pode impactar na gestão dos semestres seguintes e exigir uma reorganização não só do semestre atual, mas também dos semestres subsequentes. Acredito que deve haver uma discussão ampla com a comunidade acadêmica para uma decisão acertada e democrática".


A divisão de opiniões entre os alunos do IFPA/Campus Belém reflete a variedade de perspectivas sobre o assunto. Alguns apoiam a suspensão do calendário como uma forma de reconhecer e mitigar os impactos da greve, enquanto outros expressam preocupações com os efeitos negativos para o processo de aprendizagem e para o andamento dos cursos.


Observação 


A repórter/redatora Vanessa Lima entrou em contato com o gabinete da reitora Ana Paula Palheta via e-mail, solicitando um pronunciamento sobre a posição tomada na reunião do CONSUP do IFAP e sobre a suspensão do calendário do IFPA. Entretanto, não obtivemos resposta até o presente momento.

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