A greve no IFPA, parte 5

Fonte: Jornal Digital

 Por: Vanessa Lima

No dia 24 de maio, foi realizada a assembleia dos estudantes do IFPA, campus Belém, com a participação de Ingrid Lorrane e Yuri Miranda, presidente e vice-presidente do Grêmio Estudantil Cabanagem, respectivamente. Também estiveram presentes, Hélio Almeida, diretor-geral do IFPA Campus Belém; Eduardo Rodrigues, Conselheiro Discente do CONSUP (IFPA) e membro da Comissão Organizadora do Diretório Acadêmico em Belém; Rogério Costa, servidor técnico-administrativo do IFPA e membro do movimento grevista; Henrique Gomes, membro da Comissão Organizadora do Diretório Acadêmico em Belém; Túlio Silva, docente do IFPA e participante do movimento grevista; e Rita Gil, ex-professora do IFPA e atual dirigente sindical do Sinasefe (PA), Seção do IFPA, CTRB e CIABA.

A assembleia foi iniciada com a apresentação dos membros da mesa, que expuseram suas ideias e críticas. Durante essa apresentação, diversos temas foram abordados. O diretor do IFPA, campus Belém, mencionou as dificuldades orçamentárias enfrentadas pela administração para a melhoria do campus. Ele destacou que, em 2024, houve um corte de um milhão de reais no orçamento, dificultando ainda mais a realização das melhorias urgentes necessárias. Nesse contexto, Eduardo Rodrigues ressaltou que, desde 2012, houve uma queda significativa no orçamento das instituições federais e da educação, em geral.

Rogério Costa mencionou o estado crítico do campus Belém devido ao insuficiente investimento do governo federal no aumento orçamentário para as instituições federais, resultando em problemas como os enfrentados pelo campus Belém. Ele também destacou a defasagem salarial dos servidores técnico-administrativos e docentes. Rita Gil mencionou que a anos não se vê um reajuste orçamentário digno nas instituições federais e questionou como o governo pretende implementar 100 novos campi, se o orçamento atual enviado às instituições federais não supre suas necessidades. Ela sugeriu que os alunos se unissem ao movimento para reivindicar seus direitos, a fim de pressionar ainda mais o governo. Túlio Silva concordou e incentivou os alunos a se juntarem ao movimento.

O vice-presidente do Grêmio Estudantil Cabanagem expressou total apoio ao movimento grevista e incentivou os alunos a se unirem ao movimento.

Após as apresentações, foram realizadas duas sessões de perguntas e respostas entre os participantes da mesa e os ouvintes, nas quais os ouvintes faziam perguntas à mesa e estas eram respondidas.

Dentre as perguntas realizadas, um aluno questionou a falta de informação para os estudantes do campus Belém, perguntando por que não foram avisados antes do início da greve. Rita Gil respondeu que a greve resulta da falta de diálogo com o governo. Ela também destacou a ausência de união dos estudantes com o movimento grevista e enfatizou que a desinformação provém da reitoria, não do campus Belém. Além disso, expressou seu apoio à suspensão do calendário acadêmico.

Em seguida, foi realizada uma votação entre todos os presentes para encaminhamento de diversas demandas, todas aprovadas por unanimidade. As demandas aprovadas foram as seguintes:

1. Exigência de que a direção do campus Belém e a reitoria procedam com a aplicação imediata da suspensão do calendário acadêmico, votada pelo CONDIR.

2. Exigência de que grupos de representantes dos estudantes (indicados pelo grêmio estudantil e pelo Diretório Acadêmico) façam parte da equipe de reformulação do calendário acadêmico no pós-greve para defender os interesses da comunidade.

3. Pedido de entrada de estudantes indicados pela assembleia de estudantes no comando local de greve do campus Belém e no comando estadual de greve do Pará para unificar as lutas dos trabalhadores e estudantes.

4. Declaração pública exigindo que o governo Lula/Alckmin negocie de verdade e atenda às reivindicações do movimento grevista, buscando a conclusão da greve com a vitória das pautas da educação federal.

5. Construção de uma manifestação pública unificada dos estudantes, servidores docentes e técnicos-administrativos no IFPA, campus Belém.

6. Construção de um calendário de atividades de diálogo com a comunidade escolar, acadêmica e a sociedade, em geral, sobre o desenvolvimento da greve.

7. Convocação de uma audiência pública com a reitora Ana Paula Palheta no IFPA, campus Belém, para tratar da greve e das pautas estudantis.