Leitura: aspectos no Brasil atual




A leitora. NEER, Eglon van der. 
c. 1665. Oil on canvas, 38 x 28 cm.
Metropolitan Museum of Art, New York. 


Por Rebeca Martins

Na atualidade o hábito de leitura mudou consideravelmente, com a chegada da internet e analfabetismo em baixa, pode se afirmar que o brasileiro lê mais. Na contramão desse movimento, o consumo de livros tem diminuído, refletindo na crise do mercado editorial e de livrarias. O que explica esse fenômeno?

Em pesquisa feita pela Nielsen BookData a pedido da CDB em 2023, notou-se que 84% da população acima de 18 anos alega não ter comprado nenhum livro no período de 12 meses, embora 60% dessas pessoas considerem a leitura importante. Entre os motivos apontados pelas pessoas para o baixo consumo de livros, estão principalmente preço, ausência de lojas e falta de tempo, notavelmente externos.

As bibliotecas têm como propósito principal o acesso a informações, cultura e conhecimento de forma a trazer desenvolvimento no campo pessoal e educacional dos cidadãos brasileiros. No IFPA/Campus Belém isso não é diferente. Em entrevista, a bibliotecária Jamile expõe que, em sua opinião, “O principal propósito da biblioteca é o empréstimo de livros”, e este é cumprido. Entretanto, ao ser questionada sobre o fluxo desses empréstimos, ela diz que no período em que vem trabalhando, em torno de um ano e meio, não mudou, mas que aqueles que trabalham lá a mais tempo relatam ter diminuído consideravelmente. Será que o distanciamento de textos impressos tem alguma correlação com a diminuição do hábito da leitura aprofundada, ou seria este um novo fenômeno da sociedade contemporânea que ainda precisa ser mais elaborado?

De qualquer forma, na área da educação profissionais já demonstram clara preocupação com o nível de interpretação, compreensão e elaboração textual dos estudantes Brasileiros, sendo tal realidade mais aprofundada com quesitos como diferença social.

Apesar de a internet ter trazido certo afastamento das pessoas dos livros, ao mesmo tempo influencia as pessoas a desenvolver apreço por eles também, por meio das redes sociais, várias páginas e veículos de informação conseguem chegar em milhares de pessoas, recomendando livros para todos os “gostos literários”, fomentando debates acerca das narrativas e muito mais. O mais interessante é que isso chega de forma mais atrativa à juventude, fazendo com que eles vejam a leitura como também lazer e algo que pode ser compartilhado entre amigos e outros, não apenas como uma atividade destinada a atividades escolares. 

  

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