O evento que marcou estudantes e servidores dos campi do IFPA Castanhal e Vigia
Fonte: ASCOM/IFPA |
Por: Vanessa Lima
No dia 26 de maio, um evento que deveria ser marcado pela alegria e euforia dos estudantes dos campi do Instituto Federal do Pará (IFPA) transformou-se em uma tragédia. Estudantes e servidores dos campi de Castanhal e do campus avançado de Vigia deslocavam-se para o campus de Tucuruí para participar de um dos maiores eventos do calendário acadêmico, os Jogos dos Institutos Federais (JIFs) 2024, Etapa Estadual, programados para o dia 27 de maio. No entanto, o ônibus que partiu de Castanhal, transportando 40 passageiros, entre alunos e servidores, sofreu um acidente, resultando em uma fatalidade que será lembrada por toda a comunidade do IFPA e pelo estado do Pará.
O ônibus colidiu com o muro do túnel das eclusas da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, na PA-263, no trecho da rotatória, resultando na morte de quatro pessoas: o discente Paulo Vinícius da Silva Borges e a servidora Amanda Cristiani da Silva Costa, do Campus Avançado Vigia; a servidora Suany Couto Teixeira Nunes e o servidor Edinaldo de Jesus Ferreira Meireles, do Campus Castanhal. Na tarde de domingo, dia 9 de junho, a servidora Walkelly Teixeira de Oliveira, que havia sofrido traumatismo craniano e fratura exposta em uma das pernas, não resistiu aos tratamentos e veio a falecer. Ela estava internada no Hospital Metropolitano.
A causa do acidente ainda é objeto de especulação. Um dos sobreviventes relatou à Polícia Civil que o motorista apresentava dificuldades ao acionar o freio do veículo ao longo da viagem, especialmente, ao se aproximar de lombadas e quando excedia a velocidade ideal. Relatos adicionais indicam que o primeiro problema ocorreu no município de Moju, quando o ônibus passou por uma lombada.
O Jornal Digital também procurou ouvir outros relatos dos alunos envolvidos no acidente, entrevistando Pedro Henrique, estudante do IFPA/Campus Castanhal. Ele confirmou que o ônibus apresentou problemas após o município de Moju. Relatou que, no momento em que pararam para almoçar em um município cujo nome não se recorda, o motorista do ônibus procurou uma oficina para verificar o problema, mas, como era domingo e já estava tarde, não conseguiu encontrar uma oficina funcionando. O estudante também mencionou que havia rumores entre os alunos de que um dos freios de uma das rodas não estava funcionando, embora não houvesse confirmação sobre a veracidade dessa informação.
Pedro Henrique compartilhou de forma detalhada o momento do acidente. Ele descreveu que ao subir a rotatória, havia duas lombadas. Após o primeiro impacto do ônibus na primeira lombada, ele e outros passageiros notaram que o motorista começou a manobrar o veículo de um lado para o outro, interpretando isso como uma tentativa de controlar o ônibus, que estava fora de controle. Pedro também mencionou que o motor do ônibus não emitia som, sendo o único ruído o da colisão do veículo com o chão. Após passar pela segunda lombada, Pedro especulou que o motorista poderia ter optado por colidir com a parede do túnel para evitar o capotamento do ônibus. Ele relatou ainda que diversas pessoas foram arremessadas, inclusive ele, que foi arremessado para a lateral do ônibus.
Durante a entrevista, foi perguntado a Pedro Henrique se o IFPA havia disponibilizado um seguro de vida para os alunos que participariam dos JIFs. O estudante não soube responder a essa pergunta. Entretanto mencionou que o IFPA está assumindo a responsabilidade de auxiliar os alunos que sofreram o acidente, custeando medicamentos e outras necessidades. Além disso, uma servidora do campus Castanhal informou que o IFPA está buscando uma parceria com a Universidade Estácio de Sá, campus Castanhal, para disponibilizar sessões de fisioterapia. Ela também mencionou que o campus Castanhal estaria oferecendo apoio psicológico para os alunos envolvidos no acidente.
Com base nos depoimentos, há uma forte suspeita de que um problema nos freios tenha ocasionado o acidente. É pertinente questionar se o veículo passou pelas revisões necessárias, especialmente, considerando que transportava alunos e servidores. A gestão do Instituto Federal do Pará (IFPA) informou, por meio de uma nota em seu perfil do Instagram, que o veículo estava apto para a viagem e havia passado por todas as revisões necessárias para um traslado seguro. A equipe do JD entrou em contato via e-mail com o Campus Castanhal para verificar se realmente houve essa manutenção no veículo; entretanto, não obteve resposta.
Esta tragédia destaca a necessidade urgente de uma investigação minuciosa para determinar as causas do acidente e a implementação de medidas de segurança para evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro.
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