Conivente

Fonte: depositphotos


 Por: Clarissa Passarinho e Noel Bahia


Em uma noite quente, quatro amigos se encontraram em uma boate famosa entre universitários, conhecida por guardar segredos. Alexandra entrou hesitante, seu sorriso nervoso misturando-se à excitação do ambiente. Ao seu lado, Adria se destacava, rapidamente se tornando o centro das atenções, sem perceber que alguns olhares eram predatórios. Daniel, à distância, observava com um sorriso enigmático, enquanto Arthur permanecia distante, alheio à vulnerabilidade das amigas. À medida que a música pulsava, Adria beijou Alexandra sob o efeito do álcool. Embora esse gesto despertasse em Alex uma mistura de alegria e confusão, a amizade entre elas parecia estar à beira de um colapso. Daniel, então, começou a beber, oferecendo shots e drinques coloridos, enquanto as meninas aceitavam suas ofertas, sem perceber que ele consumia bem menos.


Após várias rodadas, Adria sugeriu que se dirigissem a uma área mais privada. Lá, o clima leve levou à proposta de um jogo de verdade ou desafio. O jogo se intensificou. Com o álcool dominando, Alexandra começou a passar mal. Após vomitar, se viu envergonhada ao lado de uma cama na boate. Adria, rindo da situação, ajudou-a a se acomodar, enquanto Daniel observava satisfeito. Alexandra, cheia de lágrimas, adormeceu quando num estado semi-consciente, sentiu um beijo de Daniel, em choque, porém sem forçar para agir, adormece lutando contra a realidade do que aconteceu.

Meses depois, decidiu contar sua história à psicóloga, tentando se convencer de que tudo não passou de um sonho. A profissional aconselhou-a a buscar apoio dos amigos, mas, quando Alexandra confrontou Adria e os outros, encontrou resistência. Todos preferiram acreditar que Daniel era um bom moço. Sentindo-se desamparada, Alexandra percebeu que a experiência a marcaria profundamente. A dor daquela noite se transformou em um eco em sua mente, revelando que a verdadeira amizade é testada nas sombras do silêncio. Com o tempo, ela começou a buscar sua própria verdade, mesmo que isso significasse enfrentar a rejeição. A jornada de cura não seria fácil, mas a experiência a tornaria mais forte, despertando um desejo de proteger não apenas a si mesma, mas também as outras.

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