Pão e Política

Fonte: Portal Roma pra você

 Por: Mauro Leal


Alguns sábios dizem que somos animais políticos. Eu concordo com a sentença. Porém, política exige reflexão, debate salutar, projetos plausíveis que visem a coletividade, integração entre governo e cidadãos (queria usar o termo governados, mas evitei no último instante). Penso que, entretanto, estejamos distantes dessa premissa básica. A barbárie política, a antiga guerra de todos contra todos, sob outros parâmetros, tomou o centro do discurso. 

O art. 5º da Constituição Federal aponta para o direito à livre manifestação de pensamento, mas basta acessar os sites que apresentam debates políticos que se percebe o quanto este direito está sendo utilizado de forma leviana, irresponsável e até criminosa. Nesse sentido, os espaços virtuais de relacionamento para trocas de mensagens e partilha de conteúdos, tais como Whatsapp e YouTube, tornaram-se ferramentas de manipulação de votos e marketing digital nas campanhas eleitorais, verdadeiros campos de batalha no qual o debate sobre projetos sociais passa longe. 

Tornaram-se frequentes ataques à vida privada dos candidatos. Ou simplesmente partir do campo das ofensas linguísticas para as agressões físicas. Por que não esbofeteá-lo? Por que não ofender-lhe a genitora? Por que não acertá-lo com uma cadeira? Quando a linguagem falha, falar com ações é o mais indicado. E falar através da cadeira é mais eficiente ainda. O nome disso é ironia. Sim, precisamos transformar lágrimas em risos, pois a era dos jogadores de futebol na política passou para outra etapa, evoluiu. Agora temos racistas, homofóbicos, traficantes e até assassinos declarados concorrendo a determinados cargos políticos. Triste? Tristíssimo, pois nessa história, só quem perde somos nós, o brasileiro trabalhador e assalariado Usemos, portanto, a expressão romana com um significativo acréscimo para definir a política brasileira: pão e circo (dos horrores).

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