Cyberbullying

Fonte: kaspersky



 Por: Wesley Silva


O desenvolvimento tecnológico, sobretudo em contexto geopolítico de Guerra Fria no qual as potências em disputa injetaram recursos estatais em uma conjuntura de corrida espacial e tentativa de se sobrepor tecnologicamente, revolucionou as formas de interação e comunicação em uma escala global. Nesse mesmo contexto, se tem o surgimento da internet e do computador para fins militares. Nas décadas subsequentes, ambos são integradosinseridos na sociedade como um todo, passando a ser utilizado, também, pela sociedade civil, deixando o monopólio civil para trás. 

A nova forma de comunicação oriunda da expansão tecnológica do século XX e início do século XXI, não trouxe apenas efeitos positivos para o mundo, embora estes sejam significativos. Rapidamente, uma parcela expressiva da sociedade global passou a habitar o ciberespaço com frequência, realizando as mais diversas atividades, sejam positivas, sejam negativas. É nessa conjuntura de habitação do espaço virtual que, de forma desenfreada, permitiu que determinados grupos e indivíduos se apropriassem do ciberespaço para praticar o cyberbullying e outros crimes. Tal prática era restrita aos espaços físicos, contudo, com a nova forma de comunicação e interação social mediada por computadores e outros aparelhos eletrônicos, passou a ser realizada, também, no ciberespaço. 

Um acontecimento de repercussão nacional que evidencia essa nova forma de bullying no âmbito virtual, foi o caso de racismo sofrido pela jornalista Maju Coutinho. Em julho de 2015, enquanto era responsável por apresentar a previsão do tempo em um jornal da rede Globo, a jornalista foi alvo de ataques racistas no interior de um grupo do Facebook. Os ataques, por sua vez, foram realizados por contas fakes com objetivo de proteger a identidade dos criminosos. 

Essa faceta negativa do ciberespaço demonstra que o objeto técnico – a internet – e a tecnologia, quando apropriados por determinados grupos com intencionalidades negativas e criminosas, elucida que nem sempre o aparato técnico e tecnológico significa algo positivo para determinados grupos sociais, principalmente quando levamos em consideração a realidade brasileira e as inúmeras notificações de cyberbullying.

Compreender o cyberbullying em sua totalidade é necessário olhar para a materialidade do espaço geográfico, uma vez que essa prática, como no caso do racismo, antes de existir no ambiente virtual, existe na realidade física. Além disso, as atividades criminosas que são realizadas no ciberespaço devem estar sob gestão da normatividade jurídica brasileira, dando uma total autonomia para o Brasil, enquanto estado-nação, ter soberania no ambiente virtual e enfrentar o cyberbullying e outras práticas discriminatórias e criminosas que não estão isentas de uma materialidade.

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