Eleições EUA
Fonte: The New York Times |
Por: Wesley Ribeiro
No
dia 05/11/2024, Donald Trump (Republicanos) venceu a corrida eleitoral
estadunidense, tornando-se, pela segunda vez, presidente da república. O
republicano derrotou Kamala Harris (Democratas), obtendo mais de 74 milhões de
votos e mais de 300 delegados, elemento importante para conseguir vencer as
eleições. Ainda que tenha vencido uma eleição por meio de um processo
democrático, Trump ainda mantém um discurso nacionalista, autoritário, conservador,
de ataques aos seus oponentes políticos e a grupos socialmente minoritários.
A
vitória de Trump mostra que ele ainda é sustentado por uma base intelectual conservadora,
capaz de angariar milhares de votos. Isso se cristaliza durante toda sua vida
política, uma vez que o recém presidente eleito sempre proferiu discursos de
ataques a todos e todas que não se enquadram em um padrão de identidade norte
americana. Tais discursos são acatados por sua base eleitoral, a qual atua de
forma violenta contra quem pensa diferente, demonstrando que o ódio como
política ainda está longe de ser superado. Durante o processo eleitoral, Trump
prometeu que realizará o maior programa de deportação da história dos Estados
Unidos, expondo, mais uma vez, sua aversão por quem não tem uma nacionalidade
norte-americana.
Trump é um populista (digital) que se opõe contra o sistema, mas se auto favorece - e favorece os seus - com intermédio do mesmo. Um exemplo disso é o protecionismo econômico que o futuro presidente visa inserir no campo da economia - mesmo defendo uma agenda (neo)liberal - exacerbado, protegendo a economia interna do empresariado que financiou sua campanha, como o próprio Elon Musk que comprou votos com autorização da justiça local no estado da Pensilvânia, um dos principais colégios eleitorais dos Estados Unidos.
A
eleição de Trump elucida como políticos com discursos autoritários,
nacionalistas, conservadores e preconceituosos ainda vem ganhando força a nível
global, articulando-se em pró de uma agenda economicamente anti-povo e de
ataques e desmontes dos direitos conquistados por grupos minoritários. É uma
atuação e articulação a nível global, uma vez que a vitória de Trump foi
celebrada por diversas figuras da extrema-direita ao redor do mundo, como no
próprio caso brasileiro.
Essa
expansão da extrema-direita é preocupante, na medida que ela vem disputando
mentes, imaginários e narrativas, comprometendo princípios básicos que
alicerçam uma democracia – mesmo que liberal – e os direitos básicos e
fundamentais que asseguram uma vida minimamente digna para todos e todas que
sempre foram excluídos historicamente da efetivação de políticas públicas. Se
atentar para isso é pensar, também, em possíveis barreiras de contenção que
consigam inibir e/ou mitigar essa forma de fazer política baseada no discurso
de ódio, na violência e da exclusão de quem mais precisa de políticas públicas
para ter uma vida digna assegurada.
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