Merenda escolar no IFPA campus belém: conquistas e obstáculos
Fonte: Contraf Brasil |
Por: Nikolle Santos
A alimentação escolar é um assunto de extrema importância, especialmente quando o assunto é segurança alimentar. No entanto, é frequente notícias de descaso em escolas em relação ao preparo da merenda escolar para os alunos. Nesse sentido, o Jornal Digital entrevistou no dia 1 de outubro, a nutricionista efetiva do IFPA campus Belém, Elysabeth Neris, que trabalha no instituto desde de 2011, a fim de esclarecer o processo de preparo e como é garantida a qualidade alimentar do campus.
Entrevista com Elysabeth Neris, Nutricionista do IFPA Campus Belém
Repórter/redatora: “Como é realizada a elaboração do cardápio da merenda escolar no instituto Federal?”
Nutricionista: “Quando elaboramos o cardápio pensamos na aceitação da maioria de incluir produtos regionais, priorizando uma alimentação natural. ”
Nutricionista continua: “O cardápio é adaptado aos recursos da cozinha do instituto, de modo que atenda aos turnos de manhã, de tarde e de noite. Priorizando a igualdade alimentar entre os turnos.”
Ainda segundo a Nutricionista, assim que ela assumiu o cargo no IFPA sua primeira iniciativa foi reduzir os produtos enlatados do cardápio a fim de garantir uma alimentação mais saudável.
Repórter/redatora: Como vocês atendem alunos com restrições alimentares?
Nutricionista: “eu estive na chefia de setor de 2020 até esse ano, o que tornou meu trabalho muito operacional, logo eu ficava a cargo de fazer tanto os serviços administrativos, o que demandava muito tempo, quanto serviços da parte de nutrição, o que deixou a parte de nutrição que considera esses aspectos em deficiência. Agora com outra chefia eu consigo pensar em atendê-los, e de que forma vamos identificar esses alunos que têm alguma restrição alimentar, para podermos elaborar um cardápio específico e fazermos aquisições em detrimento desse público”.
Repórter/ redatora: você tem algumas ideias para atender a essas demandas?
Nutricionista: “eu penso em colocar um formulário no Sigaa de modo que todos os alunos tenham acesso, a fim de conseguirmos identificar e rastrear esses alunos com restrição alimentar.”
Repórter/ redatora: Há uma supervisão regular da qualidade dos alimentos servidos na merenda?
Nutricionista: “eu sou convocada para isso. Eventualmente a gente faz um curso de aperfeiçoamento em manipulação de alimentos. Em seguida, sempre fazemos uma revisão e a supervisão da higienização alimentar.”
Continua a nutricionista: “A alimentação tem esse poder de te adoecer ou de manter sua saúde, então a grande preocupação é que a gente oferte um alimento que seja higiênico e que tenha qualidade nutricional”.
Em resumo o uso de máscaras, higienização dos uniformes, e monitoramento da qualidade alimentar, são cobrados de forma minuciosa e diária, segundo a nutricionista Elysabeth.
Repórter redatora: “No seu ponto de vista, quais são os aspectos que precisam ser melhorados no planejamento e na entrega da merenda escolar?”
Nutricionista: “O principal seria ampliar o tempo de entrega da merenda escolar, e implementar uma catraca para deixar um fluxo da fila melhor.”
Ao conversamos sobre os desafios na alimentação escolar a nutricionista Elysabeth ressalta:
Nutricionista: “Hoje o desafio que a gente tem é conseguir prever quantidades de alunos que vão efetivamente se alimentar para a gente conseguir melhorar o cardápio. Porque o orçamento só diminui, então não tem como progredir na qualidade, já que o orçamento diminui. A gente vem sofrendo com esse fator desde 2015, de cortes e mais cortes. Desse modo, a variabilidade nutricional acaba ficando limitada.”
A entrevista com Elysabeth Neris revela como a alimentação escolar vai além do simples ato de servir refeições, envolvendo planejamento cuidadoso, monitoramento da qualidade e adaptações constantes para atender às necessidades dos alunos. No entanto, desafios como cortes orçamentários e a necessidade de melhorar a logística, ainda precisam ser superados para garantir uma merenda mais inclusiva e nutritiva. Nesse sentido, é fundamental que a reitoria ofereça maior assistência ao setor, assegurando recursos e apoio para enfrentar essas dificuldades. Além disso, a participação ativa dos alunos é essencial, a fim de que os direitos estudantis sejam respeitados.
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