O ambulatório do IFPA/Campus Belém está cumprindo o seu papel?
Por: Vanessa Lima
Foi realizada uma pesquisa via formulário para compreender como o público acadêmico do IFPA/Campus Belém avalia o atendimento oferecido pelo ambulatório e se o setor atende às necessidades dos alunos. Os resultados revelaram que, embora o atendimento em si seja bem avaliado por alguns, há uma clara demanda por melhorias em termos de equipamentos e suprimentos, como materiais de primeiros socorros, medicamentos e aumento da equipe. Além disso, a pesquisa apontou para a necessidade de capacitação dos profissionais, dado que uma situação envolvendo uma reação alérgica grave em um estudante trouxe à tona preocupações sobre a segurança e qualidade dos serviços.
Durante a pesquisa, foram feitas perguntas como: “Se você já procurou atendimento no ambulatório, como foi sua experiência?”, “A equipe conseguiu resolver seu problema?” e “Quais melhorias você acha que o ambulatório deveria implementar?”. Abaixo, apresentamos algumas respostas de estudantes:
O relato alarmante veio de um estudante que sofreu uma crise alérgica após seguir a recomendação de um profissional do ambulatório. “ Já procurei o ambulatório diversas vezes, seja para pedir paracetamol, fazer curativos em dedos machucados ou solicitar antialérgicos. Em uma situação específica, numa quinta-feira, dia 26 de setembro deste ano, fui ao ambulatório pedir algum remédio para dor de dente e pedi paracetamol, pois estou acostumada a tomá-lo e tenho alergia a medicamentos como dipirona e anti-inflamatórios não esteroidais. Informei desde o primeiro momento sobre minha alergia a esses tipos de medicamentos.
O médico que me atendeu sugeriu que eu tomasse ibuprofeno, dizendo que a dor passaria mais rápido do que se eu tomasse paracetamol, mas deixou a decisão ao meu critério. Resolvi tomar o medicamento indicado, mas acabei tendo uma forte crise alérgica, que causou um inchaço grave no meu globo ocular, a ponto de eu não conseguir enxergar. Ou seja, o remédio que o médico sugeriu era justamente um dos que me causam alergia.
Eu não lembrava que esse remédio estava na lista dos que eu não posso tomar, mas, como profissional do ambulatório, ele deveria ter sido mais cauteloso, já que informei sobre minha alergia a dipirona e outros derivados. Para quem não sabe, pessoas alérgicas a dipirona muitas vezes também reagem a ibuprofeno e outros anti-inflamatórios dessa mesma linha. Tanto que o médico que me atendeu na UPA, para onde fui levada por dois profissionais do ambulatório, disse para mim e para minha mãe que era um absurdo o médico ter indicado esse remédio, pois era previsível que eu teria uma reação alérgica.”
Outro discente relatou: “Nunca procurei atendimento para mim, mas fui pedir um absorvente porque tinha esquecido o meu, e eles disseram que não tinham. Achei estranho o número de pessoas trabalhando lá, porque, pelo que vejo, muitos estudantes evitam ir ao ambulatório justamente por saber que faltam materiais básicos, como remédios, gaze, curativos, entre outros. Melhorar a estrutura seria ótimo. Já tive amigas com experiências ruins, tanto no atendimento quanto no serviço, como no caso de uma que tomou um medicamento inadequado, o que causou uma reação alérgica grave.”
Por outro lado, alguns alunos destacaram pontos positivos, embora tenham indicado melhorias como “A recepção é muito acolhedora, mas acho que faltam itens essenciais, especialmente para mulheres, como absorventes. São coisas simples, mas fundamentais. Os profissionais são muito bons, mas seria ótimo se tivessem mais medicamentos básicos disponíveis.” Outra estudante relatou: “Fui bem assistida por uma enfermeira que chega à tarde. Tenho problemas com enxaqueca, e sempre fui bem atendida, com medicação adequada. Sinto falta, porém, de um médico em tempo integral, ou de dois médicos para revezarem os plantões.”
Por fim, outro estudante revelou que sequer sabia da existência do ambulatório: “Nunca procurei atendimento porque eu não sabia que existia um ambulatório; não vejo nenhuma sinalização sobre ele.”
Esses depoimentos deixam evidente que, embora o ambulatório seja um recurso essencial, ele precisa de investimentos para aprimorar sua estrutura e seu estoque de insumos, além de estratégias para tornar o serviço mais conhecido e acessível a todos os alunos do campus.
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